Luxemburgo, terra lusófona

 

 

No Salon du Livre de Luxembourg ouvia-se falar mais português e crioulo (Ferro Gaita presente+ Bar restaurante típico) do que francês ou alemão ou mesmo essa língua estranha e desconhecida chamada luxemburguês. Por falar nisso, o país é limpo, limpo até de mais, a cidade é linda, o centro histórico como que saído de um conto de fadas, com um Shrek a surgir a qualquer momento subindo a calçada.

 

Mas o povo não me pareceu feliz, apesar de ser o mais rico do mundo. Durante cinco dias pensei no assunto, intrigado. Até que descobri porquê. Não existem, por incrível que pareça, cantigas em língua nacional. Existem em francês e alemão. Um povo que não canta na sua própria língua não pode ser feliz. Sabemos bem do que estamos a falar.

 

No Salon, o Luandino divertiu-se e divertiu-nos, sorrindo com as barbas de um verdadeiro "Papa" Hemingway, pela pena e pelos dias que conheceu, estórias, por entre caminhadas matinais pela floresta. O António Gonçalves e o José, numa soirée memorável pela história do cinema.

 

E os primos sul-americanos espantados com a organização do evento e radiantes por conhecerem estes escribas de "habla" portuguesa, tão chegados aos seus costumes andinos, por incrível que pareça.

 

E, finalmente, a Paca Rimbeau, organizadora, anfitriã, de olhos muito anfíbios de tanta emoção.

 

publicado por Joaquim Arena às 19:56 | link do post | comentar